26 de nov. de 2008

Testes em animais na Azambuja

Já aqui falei disto mas nunca é demais.

Vai ser criada na Azambuja uma fábrica de criação de animais para vender a laboratórios de pesquisa.
Vai ter capacidade para 25 000 celas, ou gaiolas, como quiserem, e vai aprisionar animais que depois serão usados aqui em Portugal ou vendidos para países como Espanha, França e até África.

Quem são os culpados? A Fundação Champalimaud e a sua presidente Leonor Beleza (que parece que ainda não tem sangue que chegue nas mãos), e a Fundação Gulbenkian.

Se não sabem, ficam a saber, a Fundação Gulbenkian faz testes em animais há muito tempo.
Ao irmos ao museu, ao vermos espectáculos na Gulbenkian, estamos a contribuir para que bolseiros e pseudo-cientistas parasíticos obtenham os seus rendimentos através da tortura e da morte de outros animais.

Em vez de se dedicarem ao progresso, que é a eliminação total dos testes em animais, esta gente prefere manter o status quo que lhe dá sustento e, numa altura em que países civilizados (e até outros não tão civilizados) decidem banir as experiências com animais, o governo português vem novamente puxar-nos bem para o fundo da cauda da europa.

Saibam também que dos 36 milhões de euros necessários para contruir este campo de concentração, 27 serão cedidos pela União Europeia. A mesma que este ano deu apenas 2,2 milhões ao European Centre for the Validation of Alternatives Methods, ou seja, a quem está a tratar de arranjar métodos de pesquisa alternativos, científicos e fiáveis (coisa que os testes em animais não são).

Para quem quiser ler, aqui está o projecto, disponibilizado pela C. M. da Azambuja.

23 de nov. de 2008

De onde vem o meu banner?

Deste filme - Silsila.

Solidariedade?

Vi agora no Telejornal uma reportagem sobre um jantar de solidariedade com o objectivo de angariar fundos para realizar "os sonhos de crianças com doenças terminais". O chef que elaborou as refeições aparentemente é muito conhecido e considerado o melhor do mundo.

Por um lado, questiono a necessidade de organizar eventos sociais para tratar de questões que deveriam permanecer no anonimato dada a sua naturaza supostamente altruista.
Ou seja, estes ricalhaços em vez de fazerem doações directas às instituições ou organizações que delas necessitam, preferem armar um circo que só se justifica dada a necessidade de aparecerem e serem vistos. Porque se fosse só para publicitar a causa em questão, haveria maneiras mais eficazes de o fazerem.

Em segundo lugar, quando estavam a mostrar a parte da confeção da comida, mostraram os tanques de cozedura de uns animais tipo lagostas. Já sabemos como é que esses bichos são cozinhados, certo? São escaldados vivos, o que é completamente indefensável e não pode ser justificado de forma alguma.

E mesmo que não fossem cozidos vivos, a situação continuaria a parecer-me injusta e imoral. Nomeadamente porque a solidariedade para com quem quer que seja não deve ser concretizada através do sangue alheio. Somos solidários para uns mas já não o somos para outros.

Sinceramente, os sonhos daquelas crianças não têm de custar a vida daqueles animais que eu vi com os braços estendidos para baixo, já mortos. Ajudar uns não implica prejudicar os outros.

Não sei se gostam de Eça de Queiroz*, mas ele escreveu um conto maravilhoso em que um monge encontra um moribundo e aceita responder ao seu último desejo, comer um presunto (ou lá qual é o nome técnico de uma pata de porco). Vai daí, o monge, não querendo tirar a vida a um pobre animal, corta uma perna a um porco (que obviamente acaba por morrer), cozinha-a e dá-a de comer ao moribundo, que morre pouco depois. Quando chega a altura do monge morrer, é levado a julgamento perante Deus e sabem o que lhe acontece? Vai direitinho para o Inferno. Que ideia fora essa de matar uma criatura de Deus inocente, perfeitamente saudável e com a vida pela frente para satisfazer a gula de alguém cuja hora já chegara?
Pois é, eu subscrevo este posicionamento moral a 100%. No caso do jantar que originou este post, nem sequer se trata de alimentar crianças famintas.

Nas minhas frequentes incursões em acções de activismo pelos Direitos dos Animais não-humanos, volta e meia lá ouço alguém dizer "Estes gostam mais dos animais do que das pessoas!" Pois, não é bem assim. Mas se for, também estamos no nosso direito.
Onde é que foi estabelecido que os seres humanos são "superiores" aos animais de outras espécies? Ah, deve ter sido num daqueles livros** que eu não li. Nem eu nem a maioria das pessoas, mas por algum motivo continua a ditar a pouca ética que a maioria dos humanos possui.

Adiante.
Amar o próximo e auxiliá-lo pode ser estendido às várias espécies (animais e vegetais) e dar a uns não significa tirar a outros. Acho até engraçado quando um desses cromos diz "Olha estes dos animais, em vez de andarem a fazer qualquer coisa pela pobreza ou pela ____ (inserir aqui causa social)!" Dá vontade de responder "E você, o que é que tem feito pelos pobrezinhos/refugiados/prisioneiros políticos/doentes/etc? Nada, não é?"
Parece que a sociedade se divide entre aqueles que se estão verdadeiramente a marimbar (props para vocês, que ao menos não incomodam), os que activamente defendem aquilo em que acreditam e uma massa amorfa de gente que, não fazendo nada, exige que os anteriores se mexam em prol das causas que acha mais válidas.
Há uns tempos, fui abordada por voluntários da Amnistia Internacional e estive um bocado a falar com eles. Ao que parece, nesse dia, eu fora a primeira pessoa a parar e a ouvir o que eles tinham para dizer. E já eram 4 da tarde... A nossa sorte é que este nosso país está cheio de gente boa e solidária...

Fica aqui um exemplo que eu considero mais genuíno da promoção do bem-estar dos que mais precisam. Os nossos amigos do Movimento Internacional para a Consciência de Khrisna (i.e. Mov. Hare Krishna), que várias vezes distribuiram refeições gratuitas em manifestações pelos direitos dos animais, e que semanalmente servem refeições vegetarianas*** aos sem-abrigo e pessoas carenciadas de Lisboa e Porto:

"Uma das iniciativas do Movimento Hare Krishna, o programa FOOD FOR LIFE (Alimentos para a Vida) promove a distribuição gratuita de alimentação lacto vegetariana entre as populações que vivem abaixo da linha de pobreza, estando presentes em todos os continentes.
A ISKCON (International Society for Krishna Counciousness) foi fundada em 1966 pelo mestre espiritual Srila Prabhupada.O primeiro centro foi inaugurado em Nova Iorque, onde se inicaram os famosos "Festivais de Domingo". Divulgada a noticia da distribuição gratuita destas refeições vegetarianas, cozinhadas pelo próprio Srila Prabhupada, rpidamente o Centro se encheu, recebendo cerca de 200 pessoas por semana.
A distribuição de comida foi mais longe. O programa "Food for Life" foi criado por Prabhupada em Mayapur (Bengala Ocidental) em 1972. Depois de ter visto as crianças disputando comida com os cães , nas ruas da aldeia, ele declarou:
'NINGUÉM DEVERÁ PASSAR FOME NUM RAIO DE 10 KM DE ALGUM DOS NOSSOS TEMPLOS.'
[...]
Em Lisboa o programa de distribuição de refeições teve inicio no dia 6 de Dezembro de 1995, e no Porto no inicio de Março de 2002,e constitui uma das actividades mais relevantes que a ISKCON realiza neste momento. Em Lisboa, todas as segundas feiras por volta das 18 horas, em frente a Estação de Santa Apolónia, são servidas cerca de 100 refeições aos sem-abrigo, cujo número tem vindo a aumentar significativamente.No Porto a distribuição realiza-se também uma vez por semana, às quartas feiras pelas 21 h, sendo o local a Rua da Madeira, ao lado da Estação de S. Bento, com uma média semanal de 60 a 80 refeições servidas, número este também tendencialmente crescente. Ocasionalmente distribuem-se roupas e agasalhos."


* recuso-me a escrever "Queirós", tendo em conta que o fulano em vida foi registado como "Queiroz"
** por "livros" refiro-me ao Velho Testamento, ao Novo Testamento e ao Corão
*** ovo-lacto vegetarianas

16 de nov. de 2008

Criação de animais para testes na Azambuja

Escrito por kalki na TEAM KALI
16-Nov-2008

Já não é novidade mas um mail que recebi da ANIMAL hoje relembrou-me que deveria falar disto.

Podem ver a notícia da RTP aqui ou ler o artigo no SOL aqui, como preferirem. Alternativamente, fiquem por aqui que eu ainda tenho umas coisas a dizer sobre isso.

Como se pode ver nas notícias, a ideia é criar um Biotério, que para uns é um viveiro de espécies para fornecer aos laboratórios das universidades e farmacêuticas e que, para outros, é pouco diferente de Auschwitz onde também se utilizavam espécies em testes de laboratório sem o seu consentimento.

Toda a gente está entusiasmada com isso. A euforia da possibilidade de criação de novos empregos (80 a 100 novos postos de trabalho) numa altura em que se falam de despedimentos em massa e crises mundiais surte esse efeito.

Mas a realidade continua tenebrosa mesmo com o sorriso dos tolos.

A realidade é uma treta para a maioria das pessoas deduzo eu, ao ver a maioria das pessoas a esforçar-se tanto para a ignorar.

20000 a 25000 gaiolas de animais, essa é a realidade específica do Biotério da Azambuja...

São muitas vidas para sacrificar digo eu e não compreendo o porquê. Demasiadas vidas belas e frágeis que se tornam lucro na mão de Fundações gananciosas mascaradas de humanistas. Sim, a Fundação Champalimaud e os amigos da Calouste Gulbenkian estão-se borrifando para vocês todos no fundo. Pesquisam a cura para o cancro (e outras) sacrificando para tal milhões de animais - que foram criados específicamente com o fim de serem mortos ou retalhados em vida - com o intuito primário de gerar dinheiro. Gera-se dinheiro vendendo os animais, gera-se dinheiro financiando testes em animais e, com sorte a investigação até descobre qualquer coisa de interessante e gera-se dinheiro com as patentes do achado.

Onde entra o humanismo nisto tudo? Não entra. Concerteza que os benefícios atingíveis e atingidos pela medicina contemporânea são louváveis, embora os métodos utilizados raramente o sejam arriscaria.

Metaforicamente estamos na Revolução Industrial e é preferível enaltecer os sucessos relativos da experimentação em animais preservando assim todo um aparato económico-social do que dar lugar a métodos alternativos, sujeitos a regulamentação mais rigorosa e mais eficientes, que substituirão diversas classes de operários e tornarão outras, pura e simplesmente obsoletas. É chato, claro, mas a ideia é melhorar não é? Raramente as melhorias se manifestam sem esforço.

Fiz um paralelo com campos de concentração e não foi despropositado. Os nacionais socialistas foram uns porreiros no que diz respeito a avanços na medicina. Eram aplicados, fartavam-se de testar coisas e tomavam nota dos resultados com o conhecido rigor teutónico. Provavelmente já todos nós beneficiámos de um qualquer avanço medicinal descoberto por um médico nazi, de algum modo isso não torna muito melhor o facto de que, para realizarem esses avanços, eles se tenham fartado de matar pessoas. Vidas inocentes.

É especismo. É especismo o termo que define o sentimento dos que acham que existem dois tipos de animais: nós e os outros todos. São as pessoas especistas que não compreendem que não existe diferença entre Auschwitz, Birkenau ou Treblinka e um qualquer laboratório onde se matam animais. Especistas.

Eu sei que as minhas analogias podem aparentar ser de mau gosto e ferir determinadas susceptibilidades, no entanto, as minhas analogias são fruto do meu entendimento da realidade - sou dos que tenta não a ignorar - e para mim não existe diferença qualitativa real entre vidas.

Conseguem imaginar quantos animais foram e estão a ser metodicamente mortos desde que começaram a ler este texto? E se os ouvissem a gritar, conseguiriam voltar a dormir?

Por vezes tento imaginar isto e é precisamente por saber que não tolero essa ideia, que tão fortemente me oponho a qualquer espécie de experimentação animal.

Honestamente, não consigo deixar de desejar que todas as pessoas envolvidas em testes com animais morram, com dor, devagar.

10 de nov. de 2008

Layout

Finalmente percebi que os layouts personalizados de borla não existem só para o MySpace. Rejoice!

8 de nov. de 2008

Marcha de 4 de Outubro de 2008



Deu-se há um mês atrás, em Lisboa, a marcha cujas fotos agora publico. Seguiu-se a entrega de uma petição com 15 ooo assinaturas ao Presidente da República.
Quem assinou e quem participou poderá um dia contar aos netinhos como teve uma participação activa na mudança da legislação em Portugal. Ou pelo menos assim o espero...

As fotos são cortesia destes amigos...
 

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