31 de jan. de 2008

G


Hoje, após uma rápida ida às Finanças na Av. Fernão de Magalhães, no Porto, decidi que em vez de voltar logo para casa iria percorrer a rua toda para me inteirar do ambiente. Andei, andei andei. Finalmente, um prédio familiar. Heaven's Gothic Bar, uma mini-disco goth chunguita onde já fui anteriormente e da qual confesso não gostar. Mas pelo menos tinha já um ponto de referência. Do outro lado da rua, chamaram-me a atenção uns grafitti num dos últimos andares do que me pareceu um edifício cuja construção teria sido embargada há vários anos. "Que assustador", pensei eu. Na minha mente fantasiosa, estou sempre à coca de sítios onde coisas más podem acontecer, para me manter alerta. Eu sou mesmo assim, tenho paranóias e ninguém mas vai tirar. O prédio era assim tipo parque de estacionamento in the making, com apenas uma rede de arame a impedir a entrada. Sendo aquela uma zona de reconhecida carochada, de certeza que é um local a evitar. E depois lembrei-me, foi nesse mesmo edifício que há quase dois anos espancaram uma pessoa, torturaram-na e atiraram-na para um andar abaixo do nível do chão para morrer uma morte lenta e agonizante durante cerca de dois dias. Dois dias passados ao frio e dentro de água, pois a chuva invadira o local.
Do que me recordo, e confirmei agora em alguns sites noticiosos, ficou tudo em águas de bacalhau, os criminosos foram condenados a uma estadia num reformatório, há um que vai a julgamento agora em Fevereiro, mas basicamente a justiça não vai ser feita. Já se sabia. Como a minha mãe disse, fosse a vítima portuguesa, filhinha universitária e bem comportada de um casal da classe média, e o julgamento da sociedade e dos tribunais teria sido muito mais severo. Mas não. Mas ao que parece os nossos tribunais são tendenciosos. Tenho um grande amigo a cumprir uma pena de 7 anos por violação devido à acusação de uma agarrada branca do Casal Ventoso a quem pagaram para se passar por vítima. E à falta de provas (e de crime), blame the nigger! A traveca sidosa morreu? Temos pena. É assim que se pensa neste país. Que, não podia deixar de referir, é o país onde a pena de um pedófilo foi atenuada porque o puto violado teve uma erecção durante o acto. É porque devia estar a gostar. Mandem-me cá esse juíz para lhe espetar um pau na próstata a ver se também não tem uma erecção. E depois pode dizer-me se gostou. Este país precisa de uma limpeza a sério...
 

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