27 de dez. de 2007

OMG!


Porque é que tudo o que é asiático tem de ser tão giro? Recebemos hoje este postal de Macau e é o postal de natal mais fofo que já vi ;_;
Miau!

26 de dez. de 2007

The progression of solitude...

Espero que este post seja catártico.
No dia 4 de Outubro deste ano mudei-me de Massamá, ghetto in the making na linha de Sintra, para o Porto, oásis civilizacional do país. Assim pensava eu. Não sei, talvez seja.
Depois de ter saído da faculdade, onde tirei uma licenciatura para o desemprego, fui party girl durante alguns meses até arranjar o meu 1º emprego, secretária freak de uma escola de cinema. Not bad, pensei eu. Pouco depois o meu pai morreu e a minha irmã e eu tivémos de passar a sustentar a 100% as nossas jovens existências. A minha cabeça deu um bocado o tilt nessa altura e deixei o emprego; já estava um bocado cansada de ir todos os dias de Massamá para Belém de transportes e além disso o meu chefe escravizava-me um bocadinho.

Nessa altura percebi que nunca mais ia ter o backup financeiro e emocional necessário para poder fazer escolhas do tipo "vou tirar outro curso mais profissionalizante" ou "vou fazer uma viagenzinha nem que seja a Londres". Nunca tinha feito essas coisas e percebi que, a não ser que enriquecesse subitamente, nunca mais as iria poder fazer. Talvez eu seja mesmo neurótica, mas assumi para mim o papel de formiguinha laboriosa que trabalha sem cansar. Fui para um call-centre onde era muito bem tratada e até valorizada, onde me dava muito bem com os colegas, era de facto divertido estar lá.
Veio uma vaga de despedimentos, e antes que fosse a minha vez, fugi para outro call-centre. Conheci lá algumas pessas que sem dúvida habitam o meu coração e que nunca de lá vão sair (*** para a Suzana com z). Às vezes acho que as pessoas não imaginam o quanto gosto delas. E eu também não lhes vou dizer, não quero parecer pegajosa ou doida dos cornos.

Após um choque de personalidades com a chefia, desempreguei-me e decidi abrir um negócio. Mas os 4000 e tal euros do subsídio de desemprego não chegavam sequer para formalizar uma empresa e fui investigando todas as outras possibilidades, crédito, micro-crédito, etc. Não aconteceu. E eu aceitei que ia ter de voltar ao mesmo de sempre.

No 3º call-centre onde trabalhei encontrei o melhor ambiente de trabalho, no que toca à relação entre colegas, que já presenciei. Fiz um upgrade para a área administrativa e achei que estava no céu. Não atendia telefones, fazia as minhas tarefas pela ordem que eu mesma estipulava e podia ouvir música enquanto trabalhava. Além disso falava muito com os chefes e com os colegas, era saudável. Tendo em conta que o que ganhava nem chegava aos 600€ e eu estava feliz, as minhas expectativas não são muito altas, pois não?
Se eu levar em consideração que a maior parte dos meus conhecidos da minha idade ganha melhor, trabalha menos e faz sempre umas férias glamourosas, o meu trabalhito atrás de uma secretária era bem modesto. E era tudo o que eu queria.

Foi mais ou menos há um ano que, no dia em que entrei de férias para vir ao Porto a um concerto, o meu namorado me liga a dizer que vou ser despedida quando voltar. Contenção orçamental. Em Fevereiro já havia um anúncio publicado para preencheram a minha vaga. A altura de apresentar as contas à administração já tinha passado. E eu voltara ao atendimento.

Na minha querida linha de suporte ao Kanguru - porque não dizê-lo? - conheci alguns dos chefes e colegas mais fixes que já tive. Havia muita interacção e isso é muito importante para mim. Faz-nos sentir aceites e respeitados tal como somos.

Mas claro, por esta altura a querida tele_barbie já tinha acumulado perto de 4 anos a dizer "Bom dia, fala B****** F********, em que posso ser útil?" e estava a entrar em parafuso. Eu já não queria ser útil a ninguém, eu não sou a porra de um objecto utilitário. Eu estava farta de dizer "compreendo", "concerteza" e todas essas merdas quando estamos a tentar ser corteses com pessoas que não nos são nada. E despedi-me. A minha casa estava finalmente vendida - adeus amarras geográficas - e eu vim morar para o Porto, para uma casa alugada bem no centro, perto de tudo.

Estando no Porto e atendendo ao facto que aqui só há emprego para vendedores, fui novamente (!!) parar a um call-centre. Desta vez escolhi fazer um part-time, na tentativa de não fritar tão depressa. Tenho um horário fixe, das 9h às 14h e pagam cerca de 500€, o que é bom para um part-time. E cobre as minhas parcas despesas. Sim, porque eu entretanto já só conheço o modo de vida espartano e acho que já nem sei o que faria se após pagar renda, contas e comida ainda me sobrasse dinheiro. Não sei mesmo.

No entanto, há algo que não está bem. O meu namorado, aquela pessoa que me tem acompanhado desde o início e que eu amo mais que tudo, chega a casa do trabalho às 23h30. Eu espero mais de 8 horas para ter companhia. Porque a verdade é que deixei os meus amigos - e aqueles que não eram bem bem amigos mas com quem falava diariamente e de quem sinto falta - lá longe, em Lisboa. Não tenho amigos aqui. Não falo com ninguém do trabalho. Acho que tem a ver com o facto de, no Porto, as pessoas reservarem a simpatia para o comércio. Não me deparo com nenhuma alma minimamente extrovertida, não tenho ninguém com quem falar. É patético, eu sei, mas dá-me cabo da cabeça. E do coração. Quando finalmente o meu namorado chega a casa, à noite, falo com ele um bocadinho e vou-me deitar. E como estou cheia de sono e os meus dias são todos iguais, não há grande coisa para conversar.

Será que devo sair à noite para conhecer pessoas? Não devo descobrir tão cedo. Trabalho às 9h sábados e domingos e também no Natal e também na passagem de ano. E o meu físico já não tem 20 anos...

Enfim... espero ler este post daqui a uns meses e sentir um grande distanciamento dele. Mas por agora... digamos que voltei ao estado em que nos breaks vou para a casa de banho para poder estar triste à vontade.

14 de dez. de 2007

Deflocked!

13 de dez. de 2007

Hello, Porto?


Dizia o meu namorado, no outro dia, que nunca em Lisboa vira tanta gente a usar peles (de animais, não pregas de pele) como aqui no Porto. Comecei a estar atenta e infelizmente é verdade. Vim agora da R. de Sta. catarina, onde anda o povo todo às compras, e cruzei-me com algo que não costumo ver, uma senhora (ou não) com um bicho ao pescoço (patas e cabeça incluídas).
Sim, o Porto é uma cidade fria, mas não é a Rússia*, não se justifica a quantidade de madames com casacos de vison que polula por aí (*disclaimer: eu também não acho que viver na Rússia seja justificativo).

Adiante. A ANIMAL agendou uma acção de protesto nessa mesma rua para este sábado (infelizmente estou a trabalhar...) relativamente a este assunto e aqui é, de facto, pertinente fazê-lo.
O ponto positivo é que só mesmo a terceira idade parece aderir a estes fashion statements. Quer dizer, a juventude gosta de usar aquelas golas e luvas peludas made in China, mas acho que desconhecem mesmo que, na sua maioria, aquele pelinho fofinho é mesmo de bicho, normalmente de cão ou de gato. Se não acreditam em mim, go google it.

Também é um facto que a maior parte das produções de chinchilas e afins para este triste fim é situada exactamente nas zonas centro e norte do país. Faz sentido, é onde está o dinheiro e a ânsia de o exibir. Em Cascais compram-se mamas, no norte compram-se estolas.

Não quero pensar que a minha cidade tem um coração frio, mas às vezes parece mesmo... :(

6 de dez. de 2007

Será a União Zoófila o demónio?

Antes de mais, agradeço à minha amiga Carina, sempre atenta, por me ter passado a notícia que transcrevo abaixo.
Houve acusações, por parte de pessoas ligadas à UZ, sobre esta maltratar os animais que acolhe e sobre desperdicar recursos (comida, etc) que lhes são doados.

Pessoalmente, acho que só quem nunca visitou o albergue da UZ é que não acredita nisto. Fui lá duas vezes. Na 1ª fui saber se o meu gato fugido de casa não teria sido lá entregue. De facto não estava lá, mas ainda bem. O que vi foi uma data de bichos amontoados em barracos de cimento e não queria que o meu gatinho tivesse passado por aquilo. Deixá-lo antes ser feliz atrás das gatas! Acreditei que aquelas pobres pessoas faziam o melhor que podiam, nas piores condições possíveis.

Entretanto uma amiga contou-me que, tendo ido lá deixar 20kgs de ração do Lidl, foi acolhida com bocas, do género, que a ração não prestava, que mais valia ter trazido de marca, etc. Ela ainda argumentou que com o dinheiro que gastava para comprar 2 ou 3 kgs de uma ração de marca dava para comprar 20 kgs da do Lidl, mas não adiantou. Isso além de denotar uma péssima gestão financeira e de recursos, mostra que, para a pessoa que falou com a minha amiga, mais valia 3 cães a comer Eukanuba do que 6 a comer Orlando.
FYI, há uns anos atrás, a Proteste analisou as várias marcas de ração à venda no supermercado e concluiu que a Orlando (ração para cães do Lidl) era a melhor. A seguir ficava a Pedigree Pal.

Adiante. Um familiar ligado a um albergue para animais estatal *onde só abatem animais com doenças terminais ou que já estão a morrer (tipo, coluna partida)* revelou-me que chegou a ver na UZ medicamentos doados pelas farmacêuticas, literalmente, a apodrecer.
FYI, as farmacêuticas e outras entidades por vezes doam medicamentos expirados há pouco tempo aos canis, pois estes ainda estão eficazes mas já não podem ser comercializados.

Entretanto, o que se dizia por aí era que a UZ tinha uma nova direcção e que as coisas iam ser melhores.
Na minha teoria, vivendo a UZ do trabalho de voluntários, dificilmente as coisas melhorariam. Os voluntários, ou as pessoas que trabalham mediante remunerações simbólicas, não são muito boas a acatar ordens e normalmente acham que, porque trabalham de borla, ninguém lhes diz com fazer o seu trabalho.

2ª ida à UZ. Quase um ano sem o meu gato ter voltado, decido ir ao albergue para ver se levo um gato para casa. "Posso ver este?" " - Esse não está para adopção!" "Então e este?" " - Também não." "E este aqui? " - Não." "...Está algum gato para adopção?" " - Não."
Confesso que só me deu vontade de partir aquela m**** toda e levar os animais todos comigo. Mas era impraticável.
À saída, estavam alguns cães à solta, que cumprimentei. Um deles tinha peladas enormes e pele a cair, parecia uma pessoa com lepra. Perguntei a uma voluntária qual era a doença dele e ela respondeu que não sabia. Hello?! Como é que alguém pode estar num sítio onde um cão tem a pele a cair e está ao pé dos outros cães sem ter a preocupação de tentar saber se o bicho está doente, se é medicado, se é contagioso, etc?
Eu acho de facto que muitas das pessoas que lá andam/andaram são o tipo de pessoas que acredita mesmo que ter 30 gatos num apartamento é ser amigo dos animais. São pessoas que idealizam que tecto, cama e ração são tudo - e apenas - aquilo que um animal precisa para viver. Se calhar é tudo o que precisa para sobreviver, mas só mesmo isso. Uma prisão nunca trouxe a felicidade a ninguém, muito menos uma prisão sobrepovoada.

Abaixo transcrevo a notícia. Segundo um e-mail divulgado pela ANIMAL - backing you up 100% - "Em face das denúncias detalhadas e fotografias apresentadas hoje publicamente contra a União Zoófila, e da gravidade destes novos elementos: ANIMAL vai pedir à Procuradoria Geral da República, à PJ e à DGV que investiguem as graves acusações contra a UZ".

Canil é "campo de concentração"

Nacional | 2007-11-27 10:57
No canil da União Zoófila há animais que sofrem maus-tratos. Entre denúncias de bichos pontapeados e sovados, um cão foi morto com um ferro e outro terá sido esquartejado. Há quem fale em "campo de concentração". A associação garante que os bichos são bem tratados.
A Lusa viu fotografias de um rafeiro esfaqueado e um relatório de autópsia que revela actos de agressão a uma Pitt Bull. Falou com voluntários e sócios que relataram casos de maus-tratos e negligência.

Alguns pediram anonimato por temerem represálias. Muitos foram expulsos. Todos falam em "caça às bruxas": "Quem questiona ou fala tem um processo disciplinar. Por isso é que estas histórias não saem da zoófila". É o lado negro de uma associação criada há mais de 50 anos para defender os animais.

Em Julho de 2006 deu entrada no serviço de Anatomia Patológica da Faculdade de Medicina Veterinária o cadáver de uma Pitt Bull da União Zoófila (UZ). A necrópsia realizada à "Arlequim" revelou que tinha morrido por lhe terem "perfurado o recto" com um "objecto contundente". A cadela foi vítima de "traumatismo violento, atingindo em especial a região lombar, que terá levado a hemorragia interna".

Já este Verão, a 30 de Junho, um rafeiro foi encontrado esquartejado na box. O "Mico" morreria horas depois. Fernanda Moleiro, uma psiquiatra que ocupa parte das instalações da UZ com os animais que recolhe da rua, ficou "chocada com o cenário".

"Quando cheguei, o Mico ainda estava vivo. Saí do canil com ele nos braços, mas chegou sem vida à veterinária", recorda Fernanda, exibindo as fotos que "provam maus-tratos humanos".

A psiquiatra confrontou a direcção, mas não teve resposta. Questionada pela Lusa, a presidente da UZ, Luísa Barroso, disse desconhecer a situação.

Quanto à história da Arlequim, Luísa Barroso afirmou que o caso está a ser investigado pela PJ.

Preocupado com outros casos de violência, um grupo de sócios exigiu uma Assembleia-Geral. Em Outubro, uma sala do Hotel Berna foi palco de uma acesa troca de acusações que se prolongou noite dentro, visando sobretudo um veterinário da associação.

Na reunião, um ex-elemento da direcção acusou o veterinário de ter recusado ver de imediato um animal atropelado. "Esteve quatro horas sem que lhe fosse ministrado um medicamento que lhe aliviasse as dores. Morreu cinco dias depois", afirmou a sócia, que já tinha denunciado a situação por escrito em Março.

Outra denúncia relatava a agressividade com que o veterinário teria dado "um pontapé na cabeça" a um cão.

Presente na reunião, o veterinário negou as acusações, tendo recebido o apoio da presidente da associação até 2006, Margarida Namora, assim como da actual presidente, que garantiu que um inquérito interno concluiu serem falsas as participações. Para Luísa Barroso, por detrás das denúncias estão "assuntos pessoais".

A troca de acusações na instituição é tal que o próprio veterinário acusou uma voluntária de não dar água aos cachorros, provocando situações de "desidratação e internamento".

Margarida Namora explicou à Lusa que essas situações não foram propositadas, mas causadas por falta de gente.

"Como não há voluntários disponíveis, os recém-nascidos são abatidos, porque não há quem os amamente de duas em duas horas", revelou à Lusa uma sócia e voluntária que pediu o anonimato.

Sem pessoal para passear todos os animais, alguns ficam confinados e "só conhecem as boxes e corredores" da UZ. "Já tentei trazer cães à rua, mas eles tinham medo porque nunca na vida tinham saído do canil", contou a mesma voluntária.

Para Miguel Moutinho, presidente da associação Animal, a UZ "é um campo de concentração": "A concepção do canil é inspirada nos anos 50, com os animais encarcerados e sem condições, levando-os à loucura".

Questionado pela Lusa sobre as instalações, o Director-Geral de Veterinária, Carlos Agrela Pinheiro, disse que a única inspecção ao canil foi em 1997, tendo-se "detectado diversas inconformidades".

Segundo Agrela Pinheiro, o espaço só não foi encerrado porque ficou decidido construir um novo canil num terreno a ceder pela autarquia.

Passados dez anos, o canil funciona exactamente no mesmo espaço e não voltou a ser inspeccionado.

Na Zoófila, há cães a viver num barracão sem luz solar directa, permanecendo prostrados nas exíguas boxes.

A actual presidente reconhece que o ideal seria mais espaço e menos animais, mas lembra que as alternativas são o canil municipal ou a rua.

Para a ex-voluntária Maria João Coelho, mais grave do que a falta de espaço é o alegado responsável pela violação e esfaqueamento continuar na associação sem ser repreendido. As voluntárias acusam um antigo funcionário responsável pela manutenção do espaço.

A versão é reforçada por uma voluntária do gatil da União Zoófila: "Ele mata-os de todas as maneiras, mas não basta vermos. É preciso ter uma máquina fotográfica para provar o que se vê, senão somos expulsas".

Luísa Barroso diz tratar-se de "delírio" de um grupo de pessoas que quer descredibilizar a associação: "Como é amigo da direcção elas não gostam dele".

Todos concordam que as guerras são antigas. Miguel Moutinho diz apenas que "em Portugal, as associações que acolhem animais não são a solução, mas sim o problema".

Lusa / AO online
 

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