31 de out. de 2009

Quando eu já achava que nada me podia chocar...

... eis que leio esta notícia:

Taleban na faculdade
30.10.2009 - 05h09

Em universidade de São Bernardo, multidão de alunos persegue colega de microvestido, que só consegue sair escoltada pela PM

Pu-taaa! Pu-taaa! Pu-taaa! Cerca de 700 alunos da Uniban, Universidade Bandeirante de São Paulo, campus de São Bernardo, pararam as aulas do noturno para perseguir, xingar, tocar, fotografar, ameaçar de estupro, cuspir. Tudo isso contra uma aluna do primeiro ano do curso de turismo, 20 anos, 1,70 metro, cabelos loiríssimos esticados e olhos verdes, que compareceu à escola em um microvestido rosa-choque, pernas nuas com pelinhos oxigenados à vista, salto 15, maquiagem de balada, na quinta-feira da semana passada (22).

Michele Vedras (nome fictício inventado por ela em um blog) só conseguiu sair da escola sob escolta de cinco soldados da PM, duas mulheres inclusive, que tiveram de usar spray de pimenta para conter os mais exaltados e abrir caminho entre a massa. Vídeos do ataque circulam pela rede, um deles intitulado "A Puta da Uniban".

O microvestido rosa-choque de Michele, naquele dia, andou de ônibus -no total, a moça gasta duas horas para ir e voltar da faculdade. Mereceu elogios -"Gostosa!"- durante o trajeto. O mesmo vestido foi usado na festa de aniversário da sobrinha de Michele, uma festinha em família. Mas, na Uniban, onde a moça chegou às 19h45, o tempo esquentou.

Estudantes de outros cursos que não os de turismo, entrevistados pela Folha anteontem, criticaram Michele. "Ela veio provocar." "Ela andava rebolando." "Deixou cair uma carteira, de propósito, só para ter de se agachar." "Aquilo não é roupa de vir à faculdade."

Estudantes do curso de turismo ouvidos pela Folha defenderam a colega. "Ela sempre anda assim, de um jeito ousado." "Ela faz esse estilo mulherão mesmo." "Ela é avantajada, sim. Mulheres com a autoestima lá embaixo morrem de inveja." "é uma vergonha para a escola ter alunos assim. Parece que esses caras nunca viram uma mulher."

Desfile na rampa

O prédio da faculdade de turismo tem um átrio central cercado de rampas por todos os lados. Quando Michele chegou à escola e começou a subir uma rampa, os rapazes ficaram paralisados. Alguns conseguiram se mexer. Mas para ir ao prédio vizinho, chamar colegas para ver também. A pequena multidão, até aí, tinha cerca de 200 pessoas, segundo um estudante. Muitos assobiavam.

Michele achou melhor sair da rampa no segundo andar e usar a escada para chegar ao terceiro, onde fica a classe dela.

As aulas começaram. às 20h30, a jovem resolveu ir ao banheiro. Uma colega de classe fez questão de acompanhá-la, receando algum problema. "Eu estava com receio, mas nem podia imaginar o que viria daí para frente", disse Kelly Andrezzi dos Santos, 19. De repente, algo como 20 garotas de outros cursos invadiram o banheiro. Queriam obrigar Michele a vestir uma calça, xingavam-na, diziam que ela estava provocando, "causando".

A confusão foi a senha. Rapazes saíam de suas salas e se aglomeravam na porta do banheiro das mulheres. O professor Rubens, de Desenvolvimento Gerencial, que dava aula para a classe de Michele, teve de sair da sala em operação de resgate. Foi acompanhado por colegas de turma.

"A gente teve de distribuir tapas nas mãos dos meninos, que tentavam enfiar o aparelho celular no meio das pernas [da Michele], para tirar fotos", lembra a amiga Amanda de Sousa Augusto, 19, aluna da mesma classe. "Foi uma agressão, uma injustiça. A Michele é uma superboa pessoa."

A turma do professor Rubens voltou para a sala e se trancou nela. A essa altura, a maioria dos garotos dos dois prédios da Uniban já tinha saído de suas classes. Eles revezavam-se no visor da porta, pulavam para alcançar uma janela mais alta.

O coordenador de curso subiu até a classe sitiada. Pediu que Michele fosse embora. Que ela vestisse o jaleco dele ao sair. E foi-se. Michele não quis sair.

O namorado ia buscá-la no fim do período de aulas -iriam juntos a uma festa.

Presos na sala de aula, a turma e o professor ouviam os estudantes lá fora gritando. "Solta ela, professor! Deixa pra nós." "Vamos estuprar!" Colegas de classe colaram folhas de fichário por dentro da janela, para evitar os olhares.

A essa altura, Michele chorava, desmanchando a maquiagem. Um chute na porta, a maçaneta voou. Machucou o professor. Três seguranças se apresentaram na sala. O mais graduado dirigiu-se à moça: "Bonito, né... Vir à faculdade dessa maneira". Ele queria que Michele saísse naquele momento, mas a representante de classe não permitiu. Achava que a colega corria risco. Chamou o 190.

"Seus coxinhas [PMs], vão levar a gostosa?", um aluno uivou no ouvido de A., um dos policiais que atendeu ao chamado.

Quando Michele passou, escoltada, na frente da sala dos professores, uma docente fez questão de sair. Com uma careta, perguntou: "é essa a fulana?".

Na catraca da escola, sempre sob a escolta policial, Michele viu entre os que a agrediam uma menina com o celular na mão, fotografando a sua vergonha: "Ela pega o ônibus comigo todo dia. Sempre quietinha.

Mas naquele dia, ela atacava irada: pu-ta, pu-ta. Não entendi por que tanta raiva".

Filha de uma dona de casa e de um supervisor de serviços, ambos apenas o primário completo, Michele tem um irmão de 32 e duas irmãs (30 e 16). O pai é quem paga os R$ 310 de mensalidade. Mora em um bairro popular em Diadema. Já trabalhou em um mercadinho.

Michele não pretende abandonar a faculdade. Hoje, ela comparece pela primeira vez à Uniban, desde o episódio, para depor em uma sindicância que apura o ocorrido. A jovem tem ficado reclusa. "Sempre ando arrumada, salto alto e maquiada. é assim que me vejo. é assim que eu sou. Mas, desde aquela quinta-feira, não consigo mais ser quem eu era. Só me visto de calça e camiseta e a maquiagem ficou na gaveta", disse.

Assista ao vídeo

www.folha.com.br/093026

fonte: Folha de S. Paulo

É oficial. O mundo enlouqueceu e chegou o Kali Yuga...

Obrigada ao Ibirá por partilhar comigo esta [péssima] notícia.

12 de out. de 2009

Victoire!

Macacos, elefantes, leões e tigres proibidos nos circos
12.10.2009 - 16h32 Lusa

A exibição de animais nos circos tem os dias contados. Uma nova lei proíbe a compra de macacos, elefantes, leões ou tigres e impede a reprodução dos animais existentes nos circos.

A portaria 1226/2009, publicada hoje e que entra em vigor na terça-feira, divulga uma lista de espécies consideradas perigosas, pelo seu porte ou por serem venenosas, que só podem ser detidas por parques zoológicos, empresas de produção animal autorizadas e centros de recuperação de espécies apreendidas.

Os circos não fazem parte da lista de excepções, assim como as lojas de animais, que também ficam proibidas de vender cobras de grande porte ou venenosas, algumas aranhas ou lagartos.

Entre as espécies cuja detenção passa a ser proibida pela nova lei - excepto para os zoológicos e as entidades autorizadas - incluem-se todas as espécies de primatas, de ursos, de felinos (excepto o gato), otárias, focas, hipopótamos, pinguins ou crocodilos.

A proibição abrange ainda, na classe das aves, todas as avestruzes, e, na dos répteis, as tartarugas marinhas e as de couro, assim como serpentes, centopeias e escorpiões.

No preâmbulo do diploma, o Ministério do Ambiente justifica a nova lei com motivos relacionados com a conservação dessas espécies, com o bem-estar e saúde dos exemplares e também com a garantia de segurança, do bem-estar e da comodidade dos cidadãos “em função da perigosidade, efectiva ou potencial, inerente aos espécimes de algumas espécies utilizadas como animais de companhia”.

A portaria ressalva a situação dos espécimes já detidos aquando da entrada em vigor da lei, na terça-feira, bem como dos híbridos dele resultantes, que devem ser registados no Instituto da Conservação da natureza e Biodiversidade (ICNB) no prazo de 90 dias.

Os detentores de espécimes das espécies listadas no diploma têm de ser maiores de idade e fazer o registo no ICNB.

O diploma determina ainda que não é “permitida a aquisição de novos exemplares nem a reprodução daqueles que possuam no momento do registo”.
 

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