23 de abr. de 2008

I like driving in my car...


O meu carro, apesar de ter mau aspecto (digamos que alguma ferrugem, má pintura e uma pancada que levou quando estava estacionado, durante a calada da noite), é um bom carro. E eu não sou má condutora. Às vezes peco por excesso de confiança, é certo, mas ao volante do meu carro sinto-me a guiar um muscle car, vejo todos aqueles mariquinhas na estrada a guiar carrinhos com direção assistida e ar condicionado e paneleirices afins e lá vou eu, a usar a minha força macha para fazer manobras, a sentir cada niquinho da estrada por baixo do veículo e a absorver todo o ruído e vento que entra pela janela. Pimpin'!

No entanto, e apesar de ser uma pessoa até bastante calma no que toca ao trânsito, à condução por zonas desconhecidas etc, sou completamente imprestável a estacionar paralelamente ao passeio. OK, admito, é única falha, dare I say, que após tanto tempo com carta, ainda não domino. E não domino exactamente porque evito fazê-lo. Se não estiver um co-piloto ao meu lado a dizer "marcha atrás, começa a virar, endireita, só mais um bocado" eu simplesmente conduzo até ao próximo descampado e deixo lá ficar o carro.

Há três noites atrás, após um dia passado a trabalhar, a passear cães e a passear o Atos, o nosso amado cachorrão de 25 kgs, vim a conduzir cansada e com sono. E, com excesso de confiança, pensei "é mesmo aqui à porta de casa, de certeza que consigo meter aqui o carro". Mas não.

O pobre Twingo que estava atrás levou uma panada enquanto eu avançava, e uma segunda enquanto tentava saír, ao aperceber-me que tinha batido. E ainda mais duas pancadas só para o caminho.

O dono, que conversava com um amigo junto ao Twingo (!) nem se aperceberia, não fora o amigo chamar-lhe a atenção. Após ter pedido mil desculpas verifiquei que a porta do passageiro do meu calhambeque estava, como dizer,... toda fdd! O carro do fulano tinha um risquinho, que pelos vistos sairá do meu bolso :/ Como ele até foi um tipo porreiro, ainda me tentou reconfortar com frases do género "vá lá, isto pode acontecer a qualquer um". Mas era tarde, o meu rosto já estava coberto com o manto negro da vergonha (que ainda não retirei).

Ontem, enquanto pensava na vida e no dinheiro que já voava do bolso, a minha cachorra, encharcada pela chuva, entrou numa casa cuja porta stava entreaberta, e desatou a sacudir o pêlo, deitando água para todo o lado. Quando entrei para a retirar, já a pedir desculpa pelo incidente, vejo que quem segura a porta é o mesmo fulano cujo carro ataquei.

Oh the shame!

Por segundos, creio ter visto no olhar dele um terror profundo, a expressão desesperada de quem reconhece alguém que veio dos infernos para destruir tudo aquilo que tem como sagrado na sua vida.

Será essa a minha missão?

5 comentários:

Rachelet disse...

Jasus! Isso mais parece um episódio do Le Rachelet Show! Agora diz cá porque bateste tanto no twinguinho, hã? São tão fofinhos, os sapinhos... não há merecimento!

bárbara disse...

Que posso dizer? Um Clio a bater num Twingo tem algo de aberrante e fraticida. Estou com tanta vergonha...

Anônimo disse...

Oh amiga, desculpa mas ri-me. Parece tirando da série "Calma Larry!".

Deixa lá ha quem tente entrar por sitios proibidos e ainda leve com uma cancela em cima~.

O homem deve pensar que o andas a stalkar :P

És linda lol :P

bárbara disse...

É isso, eu sou o Larry :( Nãããããooo....

bárbara disse...

E já agora, isso de levar com uma cancela em cima aconteceu mesmo a alguém?
Para animar as coisas, ontem um conhecido contou-me que 3 dias após comprar o seu novo carro, este levou com uma barra de metal em cima vinda directamente das obras de um prédio. Não há justiça!

 

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