Raramente me irrito com política, muito menos com a de países distantes, no entanto toda a conversa que se tem feito sobre as eleições no Irão começa a enojar-me.
Não comecem já a concordar comigo por favor, o que se segue não é um ataque ao legitimamente eleito presidente Mahmud Ahmedinejad, mas antes uma elucidação sobre o que realmente se passa para quem ainda não percebeu.
Sim, eu estou a defender o senhor Ahmedinejad por chocante que isso possa parecer numa altura em que é tão "trendy" ser anti-islâmico e anti tudo o que venha "dessa gente".
Antes de mais, abram os olhos caramba! Quanta propaganda tem uma pessoa de engolir até perceber que andam a brincar connosco - e digo brincar não no sentido ah-ah-que-graça mas mesmo no sentido devem-achar-que-somos-todos-cegos-e-ainda-não-vos-topámos -, a brincar com a opinião pública global?
Vamos então aos factos; se estes não tornarem as verdades mais claras, não sei o que vos diga.
Existem elementos agitadores norte-americanos e britânicos no Irão.
Isto já não é de agora deixem-me que vos diga e é estranhamente reminiscente de um certo incidente em 1953 num certo país islâmico - ah espera, foi mesmo no Irão - em que os governos dos EUA e do Reino Unido conspiraram, nas pessoas operativas da CIA e do MI6, para depor o tambem democraticamente eleito Mohammed Mosaddeq basicamente porque este afirmou que o Irão deveria começar a lucrar com o seu próprio petróleo em vez de o dar a preço de chuva aos britânicos. Uma afirmação terrível eu diria.
Isto é um facto histórico sobre o qual podem ler aqui se quiserem; lá está, não têm de acreditar em tudo o que vos dizem à primeira.
Os agitadores existem actualmente dizia eu e provo-o porque nós por cá até vamos tendo acesso a alguma imprensa "livre" (digo-o com um sorriso sardónico).
The government of Iran arrested 9 members of the British Embassy accusing them of taking part in anti-goverment demonstrations after they were filmed by a secret camera that had been placed, unbeknownst to embassy members, inside the British embassy
A esta informação tive acesso na web, sem grande esforço.
Já em 2007 o presidente George W Bush tinha dado a aprovação para que a CIA realizasse Black Ops que visassem a destabilização e uma eventual mudança de governo no Irão (mesmo que este tivesse sido eleito democraticamente claro). Esta parte ficamos a saber no Telegraph, um jornal do Reino Unido, que publicou um artigo em 27 de Maio de 2007 onde refere esta e outras coisas de interesse para o olho arguto.
coisas como
The CIA will also be allowed to supply communications equipment which would enable opposition groups in Iran to work together and bypass internet censorship by the clerical regime.
leiam no site deles se quiserem está lá para quem quiser... eu por mim continuo a explicar-vos o que se passa.
O que se passa é que os EUA, na pessoa da CIA, andam a financiar o Jundullah, um grupo terrorista que tem realizado ataques a alvos militares e civis dentro do Irão e que, parece-me, tem ligações à tão famigerada Al-Qaeda... baralhados? Não fiquem, é assim que os EUA trabalham primeiro treinam-nos, depois usam-nos e por fim, demonizam-nos. Por favor, leiam a entrada na Wikipedia sobre eles, que é bastante esclarecedora. Em paralelo andam igualmente a trabalhar com os ex-inimigos iraquianos (agora amantes) Mujahedin Khalq; estes eram uns facínoras até há uns tempos, agora dão jeito para destabilizar e até estão ali ao lado e tudo...
Também ninguém acha estranho que os cartazes que têm sido ostensivamente usados pelos manifestantes sejam em inglês e não em farsi, que é a língua das gentes iranianas a última vez que vi. Eu participei em manifestações de direitos dos animais patrocinadas por uma organização muito conhecida norte-americana e, não surpreendemente, os cartazes que nos forneceram eram em inglês... compreendem o paralelo ou nem por isso?
Como se já não bastasse aos pobres iranianos terem a ajuda dos norte-americanos e dos britânicos na "concretização da democracia" quem decidiu dar uma mãozinha? Claro, Israel, que se conta entre as nações que mais gosta do presidente Ahmadinejad.
Não são todos os israelitas concerteza, nem todos os judeus (antes que me salte a Anti Defamation League em cima, embora em boa verdade, para eles, não gostar de qualquer acção levada a cabo por um judeu, israelita ou não, é o mesmo que ser anti-semita) são os Sionistas do costume - disclaimer: não é bem a mesma coisa ser anti-sionista ou anti-semita por isso se não sabem, antes de se ofenderem muito e me começarem a chamar simpatizante de causas políticas com 70 anos, calma.
Esta era parte em que poderia perder a razão, mas não, continuo a tê-la, seguem-se indícios.
Então não é que nesta investigação (quem nem merece este nome uma vez que foi levada a cabo exclusivamente via web e com a ajuda do Google em menos de 2 horas) descubro que a maioria das entradas no Twitter - que agora está tão na moda - relacionadas com o que se passava no Irão após as eleições, foram feitas por algumas pessoas só, e não uma miríade delas como seria de esperar. Que essas algumas pessoas só criaram os seus perfis no dia 13 de Junho. Que a maioria das entradas dessas pessoas era em inglês (lá estamos nós novamente)... continuando a ler o artigo interessante que encontrei , conclui-se que os 3 perfis mais persistentes já tinham tido direito a uma notícia num jornal (coincidentalmente gerido pela extrema-direita israelita) o Jerusalem Post, também conhecido como Jpost. Nada de suspeito? Porque é que um orgão de informação se interessa pela história de 3 utilizadores do Twitter que se inscreveram apenas horas antes pergunta o autor do texto, e bem acho eu. O facto destes 3 utilizadores, que se vieram a tornar a fonte do bombardeamento da tag "IranElection" serem divulgados pelo Jpost é muito suspeito, mais a mais, Israel nem tem nada a ganhar com tudo isto, pois não?
Voltamos ao MI6, perdão, aos britânicos na pessoa da BBC e isto, meus amigos e amigas, é grave demais para não se falar disso. Isto sim, uma verdadeira manipulação orquestrada deliberadamente e que teria passado se não houvesse por aí olhos atentos.
Vejam esta fotografia e depois esta fotografia.
Porreiro, vendo as duas dá para perceber que se trata da mesma zona e muito possivelmente, do mesmo momento.
Enquanto que as pessoas no LA Times mostram uma imagem com o sr Ahmadinejad a cumprimentar a multidão, os amigos da BBC mostram uma fotografia, enquadrada de um modo diferente, com a legenda "Apoiantes de Mir Hossein Mousavi desafiaram novamente a proibição dos protestos"... Já não é a primeira vez que a BBC faz isto, manipular os enquadramentos ou os contextos para passar uma informação "diferente" para não dizermos falsa. O que é suposto pensarmos disto? O que pensam vocês de tudo isto, pergunto-vos eu?
Leiam este texto, racional, e talvez fiquem com uma ideia distinta do Irão.
Pensem com as vossas cabeças e verifiquem as informações antes de as aceitarem taxativamente... - e por favor façam o mesmo comigo, não acreditem em mim só porque - é precisamente com isso que "eles" contam.
Quem são "eles"?
Não se sabe bem; a mim tresanda-me a Maçonaria por todo o lado... eu sei, eu sei, corro o risco de perder a credibilidade se começo a falar "conspiracionês" mas a verdade é que de um lado temos um governo liderado por maçons, na pessoa de Barack Obama, grau 32 da Loja Prince Hall e do outro temos o Reino Unido e o seu Gordon Brown (que verdade seja dita, nisto os brits são mais discretos e ainda não descobri se este é maçon ou não) que nem que de mais nada, faz parte do Grupo de Bilderberger fica ao vosso o critério o que seja este grupo.
De um lado e do outro do Atlântico temos obeliscos e um plano comum, em Israel temos o Templo... eu vejo os sinais com uma lucidez que não me deixa margem para dúvidas.
No meio de tudo isto o que se vai passar, se me permitem uma "profecia", é finalmente todos ficarem de acordo quanto a invadir o Irão e, mais uma vez, matar milhares de inocentes porque sim, só porque sim. Não vai ser por causa do armamento nuclear - lembram-se das ogivas iraquianas? -, nem sequer vai ser por causa do petróleo digo eu, vai ser porque o Irão é declaradamente anti-americano, anti-britânico e anti-israelita, só por isso, porque teve a audácia de o ser publicamente.
E nós? Vamos ver tudo isto pela televisão, bem bonitinho com a qualidade a que a CNN nos habituou... e nem vergonha vamos sentir por sermos parte disto."
[texto publicado originalmente noutro sítio]
-> Da minha parte acrescento que agora percebo que o novo presidente "eleito" (ou deverei dizer "escolhido"?) dos EUA é uma fraude, é apenas um invólucro mais apelativo e menos assustador de um imperialismo que nunca mudará.
4 comentários:
E o pior é que estas manipulações dos regimes do suposto «Eixo do Bem» (já que o Irão, Cuba e Coreia do Norte foram apelidados na era Bush de «Eixo do Mal») acabam sempre por se voltar contra eles: a derrocada da guerra (anti-comunista) do Vietname, o conflito Iraque-Irão em que os EUA deram armas a Saddam e as mexidelas antisoviéticas que proporcionaram a ascensão dos talibãs, to name but a few.
Brrrravô. Concordo 3000%. Nunca se diz, por exemplo, que o parlamento iraniano é o que tem uma percentagem de mulheres maior em relação aos homens, no MUNDO inteiro. Entre outras coisas...
Em relação a nova guerra, o mundo do déspota Obama é diferente do mundo do senil Bush: o primeiro agora tem que ser muito mais sonso e diplomata. E se se meter com o Irão tem a Rússia, a China e a Venezuela a cairem-lhe em cima. Valha-nos isso...
Me likes it...
Também concordo.
Desde sempre acompanhei a situação iraniana, também pelo facto de lá ter grandes amigos.
Em relação à Maçonaria, é um poder imenso aquele que é detido pelos seus membros e as decisões tomadas são além-fronteiras, visando sempre o lucro económico máximo em detrimento dos povos.
Tanto na Índia, no Japão e na Islânda, tive o desprazer e um gosto amargo na boca ao deparar-me com estas horrendas sedes com os seus horrendos símbolos maçons.
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