1 de mai. de 2008

Em directo...


Começou assim: uma amiga a viver na Alemanha enviou-me um e-mail com uma foto de militares chineses com roupas de monges tibetanos na mão com a indicação "This photograph was taken by a british agency on March 20th 2008. it shows chinese soldiers, as they dressed as fake "monks", to commit acts of violence in Tibet's city of Lhasa. this picture must go around the world."

Fiz forward da mensagem porque pensei "que outra razão teriam eles para se vestirem de monges, este país tem uma máquina de propaganda que não conhece limites!"

Uma das pessoas a quem enviei a foto respondeu que é uma foto antiga em que os militares se preparam para entrar como extras num filme, fazendo de monges tibetanos.
É perfeitamente plausível, o governo da Nova-Zelândia cedeu o exército para desempenhar papéis no 'Lord of the Rings', nomeadamente como Orcs.
Adiante, este esclarecimento foi dado via e-mail por uma amiga que viveu algum tempo na China e cujo marido é chinês.

Ao fazer uma pesquisa na net, podemos ver inclusivamente vídeos a defender a teoria de que se trata de figurantes assim como sites que acusam o governo chinês de contra-informação.

Isso leva-me a pensar: sim, os chineses, principalmente os da mainland, são imensos, o país é gigante, e as pessoas não têm acessso a toda a informação. É provável que poucos chineses tenham conhecimento dos vídeos horríveis que circulam sobre a venda de peles de cães e gatos esfolados vivos na China, sobre os zoos onde as pessoas podem atirar cabras vivas aos leões ou sobre as centenas de cães que foram mortos à pancada e enforcados quando houve um surto de raiva recentemente.
Sim, a televisão chinesa, assim como os restantes media, é um veículo de propaganda e desinformação e as pessoas só sabem aquilo que lhes é permitido ver.

E voltamos ao mundo ocidental. Onde também somos pessoas e onde também só sabemos o que nos põem à frente. Tudo bem, temos mais liberdade para investigar informação na internet. Mas também somos doutrinados.

Enquanto que num país totalitarista, onde os meios de comunicação e toda a cultura envolvente educam as pessoas para a adulação do governo, tapando-lhes os olhos ao que não se convém saber, nos países democráticos acontece o oposto: a nossa cultura é a de oposição constante, criticamos a sociedade, criticamos o outro, escrutinamos tudo e todos.

Somos educados pela nossa televisão e pelos nossos jornais a analisar os govertantes e o seu trabalho. Mas sempre pela negativa. Ou seja, não passamos de marionetas da oposição do momento, num regime liberal que não passa de um jogo de cadeiras em que meia dúzia de palhaços dá lugar a outra meia dúzia de quatro em quatro anos. E nós sempre a criticar, sempre a ver os erros governamentais nas notícias e a pensar "para a próxima voto na outra equipa de palhaços". Isso assim não leva a nada. Nenhuma pessoa séria, justa e trabalhadora quererá liderar um povo de mal agradecidos e traiçoeiros que na primeira oportunidade lhe tirariam o tapete de debaixo dos pés.

Eu não sou totalitarista - ainda - mas acho que este não é o sistema ideal. E que não temos as nações ideais, capazes de trabalhar em uníssono por uma causa comum. Assim nunca conseguiremos líderes a sério. E esta merda nunca mudará.

Honestamente, seríamos capazes de reconhecer um bom governante se o tivéssemos?

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