20-06-2006
Imigrantes dizem ser maltratados pelo SEF
E marcaram uma manifestação para sábado no Porto
Dezenas de imigrantes de origem maioritariamente paquistanesa, indiana e magrebina manifestam-se sábado em protesto contra a forma como são tratados pela delegação do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras do Porto.
A manifestação, seguida de marcha, foi decidida numa concentração realizada segunda-feira na Praça da Liberdade na sequência do suicídio de Hamid Hussein, um paquistanês de 33 anos que recentemente se atirou da Ponte D. Luís I ao rio Douro.
Segundo os manifestantes, Hamid Hussein, pai de dois filhos, encontrava-se em depressão há bastante tempo devido à forma como era tratado pela delegação do Porto do SEF, onde tentava revalidar a sua autorização de residência.
Segundo a Essalam (Associação de Imigrantes Magrebinos e de Amizade Luso-Árabe), aquele imigrante, que se encontrava em Portugal há cinco anos, estava a deparar-se com dificuldades no processo de revalidação da autorização de residência.
De acordo com a mesma fonte o SEF exigia um comprovativo em sede de IRS de que o imigrante auferia de um rendimento anual de pelo menos 5.400 euros.
Face à impossibilidade de o provar, e alegadamente desiludido pela forma como estava a ser tratado, Hussein terá exigido a devolução das contribuições que fez à Segurança Social, para com esse dinheiro regressar ao Paquistão, pretensão que não terá sido satisfeita.
Poucos dias depois, o imigrante desapareceu, tendo um grupo de conterrâneos iniciado uma busca que terminou com a localização do seu cadáver no Instituto de Medicina Legal.
A forma como o corpo de Hamid Hussein foi tratado causou nova indignação na comunidade imigrante, pois, apesar de ter sido encontrado com o passaporte no bolso, não foi feito qualquer esforço, segundo aquela associação, para informar os familiares da sua morte.
«Disseram-nos que se não tivéssemos aparecido ele iria ser cremado», afirmou à Agência Lusa um dos seus amigos, presente na concentração de segunda-feira.
Segundo um dirigente da Essalam, as delegações do SEF de outros distritos, como os de Coimbra, Lisboa ou Faro, «usam critérios muito mais humanos no seu relacionamento com os imigrantes, não lhes exigindo carimbo atrás de carimbo ou outras burocracias sem sentido, como acontece no Porto».
Num plenário improvisado durante a concentração de segunda- feira, os imigrantes decidiram promover sábado, ao fim da tarde, uma nova manifestação na baixa do Porto, seguida de marcha por várias artérias da cidade, para exigir a uniformização de critérios e de tratamentos nas delegações do SEF de todo o país.Hoje
28-01-2009
Acusaram serviços pelo suicídio de imigrante
SEF: Activistas julgados
O julgamento de quatro activistas sociais, acusados de difamação, por numa manifestação em 2006 terem responsabilizado o SEF do Porto do suicídio de um imigrante, vai ser remetido para as Varas Criminais do Porto.Os factos datam de 24 de Junho de 2006 quando as associações ESSALAM (Associação dos Imigrantes Magrebinos e de Amizade Luso-Árabe), AACILUS, Terra Viva! (Associação de Ecologia Social) e MUSAS (Associação Cultural) promoveram uma manifestação na qual exigiram a demissão do então director da delegação do SEF do Porto, responsabilizando-o moralmente pelo suicídio do um imigrante paquistanês Hamid Husseim.
O que é que eu acho?
Bem, acho melhor não dar a minha opinião senão ainda sou processada pelo SEF ;)
Mas recomendo, a este propósito, o visionamento do filme Lisboetas, que dá uma ideia geral da simpatia e disponibilidade que os funcionários do SEF têm para com os seus utentes.